Além
de perder terras, hoje, muitos índios vem perdendo suas vidas. Sendo Pastoral
da Juventude e tendo como objetivo estarmos engajados na luta pelos mais
pobres e com menos oportunidades, dividimos com vocês o que sabemos sobre o massacre de índios que vem
acontecendo no Mato Grosso do Sul.
As
informações são na maioria das vezes fragmentadas, a mídia pouco aborda e a
informação quase nunca chega até nós. Mas se em algum momento ficamos sabendo,
é prova de que precisamos agir, afinal de contas, estamos longe mas temos voz,
e a informação precisa chegar à todos os povos.
Há
informação de que nesta quinta-feira (03), diversas organizações, movimentos
sociais, população e militantes estarão reunidos às 15h na Praça das Águas – Campo
Grande/ MS para realizar um cortejo e um VELÓRIO SIMBÓLICO como homenagem às
vitimas do agronegócio. Há um número absurdo de indígenas assassinados no Mato Grosso do Sul, o ato é em apoio aos
Guarani Kaiowá.
Encontramos uma
parcela considerável de assassinatos e suicídios na região, como podemos
constatar:
”Citando levantamento do Cimi divulgado no Relatório de Violências Contra os Povos Indígenas, apenas no ano passado, 138 índios foram assassinados, enquanto outros 135 suicidaram-se, além daqueles expulsos de suas terras e outros que ficaram doentes e acabaram morrendo por falta de assistência médica. De acordo com informações da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), vinculada ao Ministério da Saúde, 135 indígenas cometeram suicídio em 2014, o que representa uma morte a cada três dias. Este número configura-se como o maior em 29 anos, de acordo com os registros do Cimi. O relatório do Cimi revela que o Mato Grosso do Sul continua sendo o estado que apresenta a maior quantidade de ocorrências, com o registro de 48 suicídios, totalizando 707 casos registrados de suicídio no estado entre 2000 e 2014.”
“Os dados mais duros dizem respeito à violência e desrespeito aos direitos de crianças e adolescentes indígenas. De fato, dados preliminares da Secretaria Especial de Saúde Indigena (Sesai, vinculada ao Ministério da Saúde) apontam um total de 785 mortes de crianças entre 0 e 5 anos, no ano passado. Em 2013, o relatório do Cimi registrou a morte de 693 crianças em todo o país. Os Xavante, de Mato Grosso, foi o povo com o maior número de crianças mortas em 2014, totalizando 116.”
“A taxa de mortalidade na infância (do nascimento até cinco anos) nos Xavante chegou a 141,64 por mil, enquanto a média nacional registrada em 2013 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi de 17 por mil. Em Altamira, no Pará, município atingido pelas obras da hidrelétrica de Belo Monte, a taxa de mortalidade na infância chegou a 141,84 por mil.”
Quem
são os Guarani Kaiowá?
Os Guarani Kaiowá vivem atualmente na
porção sul do território do Mato Grosso do Sul. Nos últimos anos, com o
desenvolvimento agrícola, as terras foram sendo tomadas pela agricultura a
custo de sangue. Para garantir-lhes um pedaço de terra, os índios ficam presos
à poucos hectares e são obrigados a sobreviver com o que conseguem tirar dali. Lutamos
por demarcações justas e que a conquista através da bala cesse.
“Segundo Lugon(1978), os Guarani formavam um grupo de muitos milhões, distribuídos por quase a metade do continente. Todas as bacias hidrográficas dos grandes rios que convergem para o Prata até os Andes, do Chile ao Peru, bastante adentro da Bolívia e do Brasil, eram chamadas de Paraguai, que era, no período da colonização, um território muito maior que o Estado moderno hoje denominado de Paraguai. Esse território era ocupado predominantemente pela grande nação Guarani.”
A importância de conhecer faz parte da
luta, nossos discursos precisam ser consistentes, para somar aos nossos
compartilhamentos nas redes sociais. Somos jovens que querem mudar e não apenas
fazer barulho. Contamos com vocês nesta causa.
Texto/Pesquisa: Ana Maria Cordeiro
Fontes:
https://solidariedadeguaranikaiowa.wordpress.com/breve-historico